as cartas passam
em minha mão
enquanto a mesa caminha
sem direção
todos pensam que não há mais nada
para ver
e no tempo em que eles
vivem suas vidas
enrolados no tempo
são suicidas!
eu procuro algo a mais
que grita em mim
e o que eu quero é você
em quem eu penso é você
o que eu procuro é você
e é de você que não quero me tirar
nesses anos
tão plastificados
tão instantâneos
tão quantificados
quero algo de verdade
que me faça entender
o valor do olhar
que me faz perder
o sentido do ser
e derreter
como costumávamos ficar
quando o relógio ainda não era presente
posso estar de acordo
com nunca mais te ver
e talvez não seja uma má idéia
mas o que eu sei é que agora
é o que mais faz sentido
e ninguém nunca vai saber
do que e como seria
se eu não usar a voz e gritar
que o que eu quero é você
que em quem eu penso é você
que o que eu procuro é você
e que é de você que não quero me tirar.
A utopia, o perder-se, e o não saber. Sempre intrínsecos!
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